Educação a Distância Educação a Distância ::: Nutrição e Saúde :::: março 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Gula: mais que um pecado capital!

Comer é tão bom que virou até um pecado capital. Assim pode ser classificada a “gula”, ou ainda segundo o dicionário Aurélio: “apego excessivo a boas iguarias”. Na psiquiatria a gula recebe outro nome: Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP). Para cada momento de depressão, insatisfação, solidão e estresse, buscamos a comida, como forma de compensação das nossas frustrações. E quanto mais se come, mais se perde o controle, gerando sentimentos de culpa e ansiedade, e fazendo com que o consumo excessivo de alimentos se torne um ciclo vicioso muito perigoso para a saúde.
Começamos a conhecer o mundo através da boca, no contato com o alimento e desde a infância temos uma ligação muito forte com a alimentação. O cuidado com a alimentação deve iniciar ainda na gestação, pois a dieta materna influencia o hábito alimentar e a composição corporal da criança. Evitar o oferecimento de guloseimas, alimentos ricos em açúcares, gorduras e sal nos primeiros anos de vida, e nunca forçar a criança a comer além da necessidade e vontade próprias. Jamais premiar a criança com doces ou outros alimentos: “se comer cenoura ganha um chocolate”, isso faz com que a criança relacione o momento de bem-estar com alimentos que devem ser evitados.
A gula é o único pecado capital que tem consequências físicas inevitáveis, entre elas a obesidade e as complicações associadas. Por isso é preciso ter uma alimentação balanceada em todas as faixas etárias. Uma alimentação saudável envolve o consumo de frutas, verduras, legumes, e cereais integrais (aveia, linhaça, gergelim, alimentos integrais), que são fontes de fibras, excelentes para a saúde do sistema digestivo; leites e derivados desnatados, para suprir as necessidades de cálcio, fundamental para a manutenção dos ossos; carnes magras, peixes e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, soja, grão-de-bico) que são alimentos ricos em proteínas, vitaminas e minerais. Além disso, é preciso evitar o consumo de frituras, carnes gordas, gorduras animais, embutidos, doces, enlatados e em conserva.
Seguir estas orientações significa “alimentar-se bem”, nutrir-se, ou seja, oferecer ao organismo todos os nutrientes que ele precisa para a realização das suas funções diárias, mantendo a regulação e a integridade de todos os órgãos e tecidos corporais, nos possibilitando viver. Entretanto comer significa apenas mastigar e engolir, sendo um termo utilizado para quantificar a alimentação, onde “comer bem” ganha o sentido de comer em excesso, sem considerar o que é suficiente e necessário para o corpo.

Os riscos das dietas da moda

A cada dia surge uma receita milagrosa para emagrecer: dieta da sopa, da lua, do Dr, Atkins, do tipo sanguíneo, dos pontos, dieta líquida entre muitas outras. Todas as dietas prometem perda de peso rápido e sem sofrimento. Nenhuma dieta milagrosa é eficiente e, além disso, podem causar sérios danos à saúde, já que a maioria das receitas restringe alguns nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo e oferecem em excesso outros que são prejudiciais à saúde.
Alterar drasticamente o que se ingere, em termos de qualidade e quantidade, provoca desequilíbrios orgânicos, como redução no metabolismo, irritabilidade, depressão, dores abdominais, insônia, obstipação, osteoporose, perda de massa muscular, anemias, alterações nos níveis de colesterol e pressão arterial, arritmias cardíacas entre outras complicações graves.
Essas dietas se tornam ainda mais perigosas por não terem fundamentação científica, ou seja, não existem estudos comprovando sua eficácia. Por outro lado pesquisas recentes comprovam que 95% das pessoas que emagreceram através das dietas da moda, recuperaram o peso perdido em pouco tempo, além de adquirir alguns quilinhos a mais. Outras 35% tiveram vários problemas de saúde, e 45% das pessoas desenvolveram transtornos alimentares, como compulsões, ataque de gula, anorexia e bulimia nervosa.
As dietas milagrosas não respeitam as necessidades fisiológicas individuais, e não levam em conta que cada organismo funciona de uma maneira diferente. É preciso considerar diversos fatores, como estilo de vida, pratica de atividade física e hábitos alimentares. Portanto a melhor dieta a ser seguida é a reeducação alimentar, aliada ao exercício físico, a qual proporciona uma alimentação equilibrada, variada e com todos os nutrientes essenciais ao nosso corpo, sem agressões ao metabolismo e sem sacrifícios absurdos, como ingerir apenas gorduras ou líquidos durante dias.